24 de julho de 2007

No teste da vida



a vida não vem com versão de teste.

é pena.

não se ensaia o beijo como se mente na fotografia.

os passos podem ser assumidos

ou remediados.

mas não desfeitos.

o tempo não pára

e estar parado

é também uma escolha.

quando o futuro se torna passado

é aí que surgem as respostas.

demasiado tarde

por vezes.

será talvez fácil dizer

nos teus braços me encontro

difícil será saber quem és

e que braços são os teus.

arriscarei.

na palavra não mora coragem alguma.

qualquer cobarde arrisca quando respira.




Texto inspirado do Pedro Jordão, sagitariano e lusitano.


Desde sempre somos habituados enfrentar testes. Na escola, temos erros e advertências devidamente assinalados... ensinam-nos com muita propriedade a desvendar as complexidades algébricas e trigonométricas, mas muito pouco em como ajudar um amigo que sofre a morte de um parente próximo, ou se separa de uma pessoa que ama.

No máximo, quase sempre mecanicamente, repetimos o que nossos pais ouviram dos seus e nos transmitiram, ou então aplicamos as fórmulas prontas das experiências passadas por nós mesmos, por amigos, pela senhora que estava ao nosso lado na sala de espera do médico....

Socializamos-nos na marra....

A vida nos dá a deixa, subimos ao palco, mas não temos o texto previamente decorado... ( no entanto, ironicamente, nos exigimos e nos exigem que estejamos todos sempre prontos para ultrapassar qualquer seleção).

Atuamos sem ensaio.... vamos fazer uma prova sem nunca ter aberto o livro da matéria...

Não há outra apresentação... não podemos fazer segunda chamada....

O momento passa, e errados ou certos, temos apenas que aceitar as atitudes tomadas e levá-las como troféus ou como experiências... jamais renegá-las eis que indeléveis.

E daquilo que não se apaga é feito o tecido da vida, afinal.... somos tão somente o resultado de nossas atitudes... aquelas para quais não somos treinados, nem podemos ensaiar.

Viemos ao mundo sem manual.


23 de julho de 2007

Chegada


Uma viagem. Um desafio. Um encontro ( ou reencontro?) Uma sugestão levada à sério, e aqui estamos.
No episódio de hoje, apenas a chegada.
Que bom que, por menos que esperemos - e na verdade, quanto menos se espera, mais se ganha- estamos sempre chegando, sempre descortinando novas paisagens, outras possibilidades...
E tudo sempre recomeça, e não nos é dado saber nem como, nem quando acaba.
Uma homenagem aos inícios.... e aos fins, que abrem espaços para outros inícios.

O começo... a chegada...