a vida não vem com versão de teste.
é pena.
não se ensaia o beijo como se mente na fotografia.
os passos podem ser assumidos
ou remediados.
mas não desfeitos.
o tempo não pára
e estar parado
é também uma escolha.
quando o futuro se torna passado
é aí que surgem as respostas.
demasiado tarde
por vezes.
será talvez fácil dizer
nos teus braços me encontro
difícil será saber quem és
e que braços são os teus.
arriscarei.
na palavra não mora coragem alguma.
qualquer cobarde arrisca quando respira.
Texto inspirado do Pedro Jordão, sagitariano e lusitano.
Desde sempre somos habituados enfrentar testes. Na escola, temos erros e advertências devidamente assinalados... ensinam-nos com muita propriedade a desvendar as complexidades algébricas e trigonométricas, mas muito pouco em como ajudar um amigo que sofre a morte de um parente próximo, ou se separa de uma pessoa que ama.
No máximo, quase sempre mecanicamente, repetimos o que nossos pais ouviram dos seus e nos transmitiram, ou então aplicamos as fórmulas prontas das experiências passadas por nós mesmos, por amigos, pela senhora que estava ao nosso lado na sala de espera do médico....
Socializamos-nos na marra....
A vida nos dá a deixa, subimos ao palco, mas não temos o texto previamente decorado... ( no entanto, ironicamente, nos exigimos e nos exigem que estejamos todos sempre prontos para ultrapassar qualquer seleção).
Atuamos sem ensaio.... vamos fazer uma prova sem nunca ter aberto o livro da matéria...
Não há outra apresentação... não podemos fazer segunda chamada....
O momento passa, e errados ou certos, temos apenas que aceitar as atitudes tomadas e levá-las como troféus ou como experiências... jamais renegá-las eis que indeléveis.
E daquilo que não se apaga é feito o tecido da vida, afinal.... somos tão somente o resultado de nossas atitudes... aquelas para quais não somos treinados, nem podemos ensaiar.
Viemos ao mundo sem manual.