De repente, aquela hora tão esperada nos momentos de escuridão do sentimento, chega; Você olha a pessoa pela qual tanto sofreu e simplesmente não a enxerga lá. Aquele estranho à sua frente não passa de um comum, um conhecido com o qual se esbarra e apenas troca os cumprimentos formais, pela total ausência de assuntos ou gostos em comum; Assim, de repente, sem aviso, e a mistura de engano, surpresa, vazio é inevitável. Você percebe que os olhares de cumplicidade antes trocados pelos dois são dados a outra pessoa, e, por alguma razão inexplicável, it doesn’t matter. Os olhares desse estranho não te interessam, assim como seu riso, seu carinho, sua atenção. Aquela pessoa se foi. E a situação se desenrola como na tevê. Você é gentil, ri, conversa, mas na verdade, não está lá também... está se perguntando por que perdeu tanto tempo com alguém que de fato, não lhe desperta o melhor, com alguém para o qual os interesses do mundo e da vida se resumem ao seu umbigo e suas noitadas sem fim; e se perguntando como não enxergou que as diferenças hoje facilmente observáveis sempre existiram. Que os comentários desagradáveis sempre estiveram lá que a única coisa que permanece é o tom de crítica a sua pessoa, às quais foram sempre solenemente ignoradas, pela sua tola crença na existência (falsa) de um sentimento maior, e que todos os defeitos apresentados que agora saltam aos olhos não surgiram de uma hora pra outra. E que todo o esforço dispendido em manter uma situação seria, como foi, vão pois que esta não se sustentaria de qualquer forma, pelas suas próprias incongruências. Bendita sois vós realidade. Ave tempo.
31 de janeiro de 2008
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