31 de janeiro de 2008

Lentes de realidade


De repente, aquela hora tão esperada nos momentos de escuridão do sentimento, chega; Você olha a pessoa pela qual tanto sofreu e simplesmente não a enxerga lá. Aquele estranho à sua frente não passa de um comum, um conhecido com o qual se esbarra e apenas troca os cumprimentos formais, pela total ausência de assuntos ou gostos em comum; Assim, de repente, sem aviso, e a mistura de engano, surpresa, vazio é inevitável. Você percebe que os olhares de cumplicidade antes trocados pelos dois são dados a outra pessoa, e, por alguma razão inexplicável, it doesn’t matter. Os olhares desse estranho não te interessam, assim como seu riso, seu carinho, sua atenção. Aquela pessoa se foi. E a situação se desenrola como na tevê. Você é gentil, ri, conversa, mas na verdade, não está lá também... está se perguntando por que perdeu tanto tempo com alguém que de fato, não lhe desperta o melhor, com alguém para o qual os interesses do mundo e da vida se resumem ao seu umbigo e suas noitadas sem fim; e se perguntando como não enxergou que as diferenças hoje facilmente observáveis sempre existiram. Que os comentários desagradáveis sempre estiveram lá que a única coisa que permanece é o tom de crítica a sua pessoa, às quais foram sempre solenemente ignoradas, pela sua tola crença na existência (falsa) de um sentimento maior, e que todos os defeitos apresentados que agora saltam aos olhos não surgiram de uma hora pra outra. E que todo o esforço dispendido em manter uma situação seria, como foi, vão pois que esta não se sustentaria de qualquer forma, pelas suas próprias incongruências. Bendita sois vós realidade. Ave tempo.

6 de janeiro de 2008

Qaundo me amei de verdade


Pelo olhar da pra ver a profundidade dessa alma. Um palhaço, geralmente, é aquele que mais tem tristezas a esconder sob a capa da risada fácil e da piada pronta. Já vi o filme que trata da vida do Chaplin, com o Downey Jr., ator e personagem confundindo-se em comédias e tragédias. Gênio forte, temperamental, suas obras são clássicos até hoje. Sem dúvida, uma mente brilhante. Esse texto, de sua autoria, conheci por acaso no orkut de uma amiga, e não resisti em postá-lo, pela sua verdade... o segredo é amar-se....nada mais. Um grande presente pra mim nesse início de ano.

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu
estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.

E então, pude relaxar.

Hoje sei que isso tem nome…Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.Hoje sei que isso é…Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.Hoje chamo isso de… Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.Hoje sei que o nome disso é… Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.Hoje sei que se chama… Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.Hoje sei que isso é… Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes.Hoje descobri a… Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é…Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.Tudo isso é… Saber viver!!!

1 de janeiro de 2008

Observe a natureza, tudo nela é recomeço. No lugar da poda surgem os brotos novos. Com a água, a planta viceja novamente. Nada Para. A própria terra se veste diferentemente todas as manhãs, e isso acontece também conosco. A ferida cicatriza, as dores desaparecem, a doença é vencida pela saúde, a calma vem após o nervosismo. O descanso restitui as forças. Recomece. Anime-se. Se preciso, faça tudo novamente. Assim é a Vida. Que venha 2008 - Pipa RN

25 de dezembro de 2007


Dias de luto. Ao despedir-se de um amor, despede-se igualmente de tua esperança, tua alegria, teu desejo, tua felicidade. Dispa-se. De tua couraça, tua armadura, deixa-te dissolver na angústia que consome o ar que deveria dirigir-se aos teus pulmões. Contorce-te na ausência do cheiro, do toque, da palavra, da mera existência do teu objeto de amor. Esquece-te de ti mesmo. Apaga os risos, as carícias, as conversas, os jantares, as saídas, as noites e os dias. Enterra. Desiste de entender, tentar mudar os fatos, trabalhar com irrealidade. Nada resta senão os sete palmos
Para um amor que quis ir embora. Cova.
Não há meio termo, não há amizade, não há modernidade neste momento: apenas sente, sofre, chora e ao final, ergue a cabeça e caminha, no começao ainda vacilante, para o restante da história da tua vida que te aguarda na próxima esquina.

19 de dezembro de 2007

Final de ano



Nesse ano percebi que foram recorrentes minhas especulações sobre os começos e os fins que temos que enfrentar, todos os dias, na vida; Desde meu primeiro post, não tão distante assim, porém já bem ultrapassado por uma avalanche de acontecimentos. Acontecimentos estes esperados ou não, bons ou maus, corriqueiros ou inesquecíveis...
Agora todos nos deparamos com um baita fim.... 2007 se despede. E, ao final do ano, o início das questões. Sem entrar no mérito, coisa rara para um blog que se propõe a especulações sobre a razão e o por quê da maiorias dos fatos que vivencio.... bem, o balanço a respeito do ano é feito de pequenas vitórias, alegrias sinceras, humilde aprendizado, gratidão pelos afetos, compreensão pelos erros, esperança de melhora... em espiral, as questões se renovam, mas as dúvidas pairam sob outros aspectos; sinal inequívoco do avanço, mesmo tendo plena consiciência do largo caminho que falta... como a ampulheta a passagem é lenta... grão em grão... buraco de agulha.
Nesses momentos, por mais que a urgência de dar ao mundo as respostas consideradas satisfatórias, ao cabo de mais um ano chego à conclusão já cantada e decantada na máxima que diz que a felicidade está na jornada... despeço-me de 2007 com a sensação que caminhei, evolui; o resultado assim, é positivo, vez que este é o nosso único objetivo nesta passagem chamada vida....

22 de novembro de 2007

Caminhos



Caminhante, são teus rastos o caminho, e nada mais;

caminhante, não há caminho,faz-se caminho ao andar.

Ao andar faz-se o caminho,e ao olhar-se para trás

vê-se a senda que jamais se há de voltar a pisar.

Caminhante, não há caminho, somente rastros no mar.

A força de deixar o passado para encarar um futuro incerto. A responsabilidade de arcar com as consequências do que se deseja.... e a permanente interrogação se os passos trilhados levarão aos almejados sonhos... faz-se o caminho ao andar...

20 de novembro de 2007

Cansaço


Quando a rotina pesa, as pessoas se tornam absolutamente incompreensíveis, quando as margens parecem longe demais, e a travessia por demais extensa... o que fazer? É essa a pergunta que me venho fazendo já há algum tempo... entre o espanto e a diversão reparo que não estou sozinha, e que muitas pessoas, como eu, têm-se deparado com questões semelhantes. Sem muita surpresa, por outro lado, constato que os questionadores pertecem ao sexo feminino... mera coincidência? Não creio... acredito que a condição feminina ainda é bem mais sensível aos revezes e aos dilemas de hoje... parece-me, não sem uma ponta de inveja fulgás, que os homens não se apegam a este tipo de dúvida, e vão vivendo suas vidinhas pacatas com bem mais facilidade... atrás da próxima festa, do próximo bar, da próxima mulher... sob esse aspecto, o famoso egoísmo masculino até que tem sua função...
Bem, cada um com seus prazeres e suas dores... deve haver algum, afinal.
C A N S A Ç O.

5 de outubro de 2007

Basta um instante e você tem amor bastante – Da série meus poemas preferidos.


A primeira vez que o vi fi no livro de Português da oitava série ou primeiro ano, sei lá... amar é um elo, o inseto no meio da página..senhor da noite... depois nas minhas agendas adolescentes, ele sempre lá. Suas palavras nunca me abandonaram e posso dizer, é de longe um dos meus preferidos.... basta um instante e você tem amor bastante. Basta uma linha e você se encontra numa rima.

Paulo Leminski.

Dos vários, dos inúmeros poemas, selecionei alguns, aleatoriamente . Decidi por hoje ser prolixa e olha que falta um bocado, como aquele da capa do meu caderninho de poesias, meu famoso e por enquanto esquecido caderninho de poesias... palavras de outros feitas minhas.
Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

Abaixo o além

de dia
céu com nuvens
ou céu sem

de noite
não tendo nuvens
estrela
sempre tem

quem me dera
um céu vazio
azul isento
de sentimento.


Viver de noite me fez senhor do
fogo.
A vocês eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse eu mesmo
carrego
Sossega coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora

calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa

4 de outubro de 2007

Não somos uma ilha e outras respostas


Ontem acabei de ler " O caçador de Pipas". Não pretendo fazer resenha, mas para um livro que no início não gostei - no primeiro dos dois dias que levei pra terminar pensei até em deixar de lado - posso dize que além de surpreendida, fui tocadas pela força da mensagem que ele traz nas entrelinhas.
Queria falar de apenas uma idéia que não me saiu da cabeça desde que desliguei a luz do quarto para finalmente dormir: somos bons por que somos naturalmente propensos às virtudes, ou somos bons apenas para expiar o rosário das nossas culpas, reais ou criadas? Quando mais se cria ruim e cheio de defietos, mas a personagem irrefletidamente, sem medir consequências, era capaz de realizar atos com mais humildade, mas sabedoria, mais verdade, mais coragem.
Chegar ao fundo da ausência de virtudes o fez, em sequência, ser mais virtuoso que todos os demais....
Espanta-me perceber que mesmo a noção de bondade, maldade, virtude e defeitos só são preenchidas de significado quando consideradas em razão do outro, daquele com o qual convivo... a medida de bondade, a troca de papéis, a construção e destruição de imagens e ideais... tudo em função do outro, que é nossa medida nosso espelho, nossa perdição e salvação.
Dá o que pensar... e muito.... de fato, não se pode nunca considerar isoladamente alguma situação ou alguém... a conclusão advinda dessa análise sempre será incompleta, menor, com alguém só.

Por você, eu faria isso mil vezes....


Eu calaria as minhas mágoas

Todas as suas faltas


Eu calaria as minhas angústias

As noites mal dormidas

As horas paradas


Eu consentiria em conviver

com o siêncio que grita

E oprime minh'alma.


Por você, eu faria isso mil vezes....