30 de junho de 2009

Tudo novo de novo

L’amour..c’est toujours l’amour.... assisti “ Tudo novo de novo”


A música de abertura do seriado (Moska?) Já diz muita coisa:
“ Vamos nos jogar onde já caímos...”
O convite do amor é sempre irrecusável, né mesmo? Pelo menos, o convite da possibilidade do amor... temos medos, desculpas, conteúdos submersos, aspectos não resolvidos na nossa personalidade, mas mesmo assim mandamos ver... depois... ah, depois é depois. Embora eu particularmente tenha um pouco de medo em relação a essa busca interminável que passa por cima de tudo e de todos na procura do amor que se deseja ( sem ao menos saber se existe mesmo, e se está lá...).
Mas quando o amor chega, tudo isso fica pra trás. Mesmo os sofrimentos vividos, as lágrimas derramadas, tudo se apaga... a chance de encontrar o arco-íris parece compensar a passagem pelo temporal. Embora nem sempre isso seja de fato verdade
E nessa hora me lembrei também de um trecho do João Bosco cantando: “ Quando o amor acontece, a gente esquece logo que sofreu, um dia.. esquece sim...”
“ Quem mandou chegar tão perto, se era certo outro engano, coração cigano... agora eu choro assim...”
Aí percebo que tudo já foi dito..... é, apenas, tudo de novo.
De qualquer forma, a idéia do programa, de mostrar as novas relações e as novas formas do conceito de família de hoje é muito interessante. Bom pra alargar a visão da gente...
E depois eu vi que a música é do Moska sim, e por sinal linda:

Vamos começar

Colocando um ponto final

Pelo menos já é um sinal

De que tudo na vida tem fim



Vamos acordar

Hoje tem um sol diferente no céu

Gargalhando no seu carrossel

Gritando nada é tão triste assim



É tudo novo de novo

Vamos nos jogar onde já caímos

Tudo novo de novo

Vamos mergulhar do alto onde subimos



Vamos celebrar

Nossa própria maneira de ser

Essa luz que acabou de nascer

Quando aquela de trás apagou



E vamos terminar

Inventando uma nova canção

Nem que seja uma outra versão

Pra tentar entender que acabou



Mas é tudo novo de novo

Vamos nos jogar onde já caímos

Tudo novo de novo

Vamos mergulhar do alto onde subimos


27 de junho de 2009

Just do it

 
Run, baby, run

26 de junho de 2009

Falando em gostar....



João Bosco no Som Brasil hoje.

Goodbye Michael




Sentindo um certo estranhamento... surpresa acho.
Fui procurar um disco ( é assim mesmo que eu chamo) antigo que tinha dele, com músicas do Jackson5, na época da Motowm.
Estou ouvindo desde então.
Num dado momento, como já colocado por muitas pessoas, o artista se perdeu, ficando apenas aquele trauma ambulante. Uma pena.
Mas foi um grandississímo artista. Marcou um momento, fez história, será lembrado para sempre, como os que, tendo ido antes, também permaneceram: Elvis, Jhon, Bob, Janes e por aí vai....
Não se trata de gostar ou não, mas de dimensionar o papel dele na cultura pop na década de 70-80, e sua inegável influência em muito do que se consome de música hoje. Influenciar a cultura americana, é, ainda, influenciar o mundo inteiro.

Goodbye,Michael, rest in peace...

Never can say goodbye
No no no no, I
Never can say goodbye

Even though the pain and heartache
Seems to follow me wherever I go
Though I try and try to hide my feelings
They always seem to show
Then you try to say you're leaving me
And I always have to say no...

Tell me why
Is it so

That I
Never can say goodbye
No no no no, I
Never can say goodbye

Evertime I think I had enough
I start heading for the door
There's a very strange vibration
That pushes me right to the core
It says turn around you foole
You know you love her more and more


Tell me why
Is it so
Don't wanna let yo go


I keep thinkin that our problems
Soon are all gonna work out
But there's that same unhappy feeling and there's that anguish,
there's that doubt
*It's that same old dizzy hang up
*Can't live with you or without

Tell me why
Is it so
Don't wanna let you go

22 de junho de 2009


Vontade de relaxar....

19 de junho de 2009

Para Chico

Menino do Rio.

Homem do mundo.

Palavra certeira.

Tiro no alvo

Do coração das pessoas.


Rita, Beatriz, Joana, Carolina, Geni.

Mulheres, desejos, enredos

Histórias do chorar e do sorrir.


A vida de cada personagem

Refletindo a de cada um de nós.

Miragem?

Milagre?

Alento de não nos sabermos sós.


Retratista do seu tempo.

Cronista do amor

Poeta do samba

Cidadão brasileiro.


Arquiteto de palavras

Engenheiro da emoção.

Francisco Buarque de Holanda

Ou simplesmente Chico Buarque.

Haja muita vida para essa tanta arte.




Pelo seu aniversário.

Paula Chicólotra Mirlla

19.06.2009

17 de junho de 2009

O milmaravilhoso

É como se diz mesmo por aí:
Não há nada de novo sob o sol.
E que bom, quando podemos voltar ao que já existente, permanece eterno.
E melhor ainda, poder voltar ao que já existe trazendo novos olhos.
Quando tive contato com este autor, pelas obrigações escolares, não me senti atraída pela sua leitura...apesar de ser um clássico. Nonada!
Preferi me agarrar ao Leminski desde sempre...
Mas vice versa e vide a vida, como disse o Curitibano.
Pra fora do corrido, do contínuo do incessar... lá estou eu às voltas com o Rosa de novo.
Olhei bem.
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
Sem dúvida alguma, Guimarães Rosa teve muito a dizer, e fê-lo com incansável maestria. Mas a palavra só vive quando encotra eco em nossa alma. A escrita só tem valor quando ela deixa de cumprir o destino triste de tinta sobre o papel. Naquele momento da minha vida foi assim.
Mas agora...nesse momento, as palavras de Guimarães não ressoam em mim. Gritam.

(...)
"Mas - de repente - eu temi? A meio, a medo, acordava, e daquele estro estrambótico. O que: aquilo nunca parava, não tinha começo nem fim? Não havia tempo decorrido. E como ajuizado terminar, então? Precisava. E fiz uma força, comigo, para me soltar do encantamento. Não podia, não me conseguia - para fora do corrido, contínuo,  do incessar. Sempre batiam, um ror, novas palmas. Entendi. Cada um de nós se esquecera de seu mesmo, e estávamos transvivendo, sobre-crentes, disto: que era o verdadeiro viver? E era bom demais, bonito - o milmaravilhoso - a  gente voava, num amor, nas palavras: no que se ouvia dos outros e no nosso próprio falar. E como terminar? Então, querendo e não querendo, e não podendo, senti: que - só de um jeito. Só uma maneira de interromper, só a maneira de sair - do fio, do rio, da roda, do representar  sem fim. Cheguei para a frente, falando sempre, para a beira da beirada. Ainda olhei, antes. Tremeluzi. Dei a cambalhota. De propósito, me despenquei. E caí. E, me parece, o mundo se acabou." ( Primeiras Histórias)


"Um chamado João"


"João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?

Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas,
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?

Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?

Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
ciranda multívoca?

João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bolso,
cada qual com a cor de suas águas?
sem misturar, sem conflitar?

E de cada gota redigia nome,
curva, fim,
e no destinado geral
seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus novos?

Mágico sem apetrechos,
civilmente mágico, apelador
e precipites prodígios acudindo
a chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
de abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?

Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é esse?

E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?

Tinha parte com... (não sei
o nome) ou ele mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sobre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?

Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
de se pegar."


Carlos Drummond de Andrade - 22/11/1967 - Versiprosa

11 de junho de 2009




Vontade de ficar quietinha....