31 de julho de 2009

Delírios de Paula Bloom

 
Acabei de me reencontrar com Becky.
Depois do nosso encontro, digamos, arrasador, quando li os cinco livros da coleção numa semana, 10 dias, quando tava de molho em casa.
Confessions of a readaholic. kkkkkkkkkkk
Impressionante como nunca uma versão cinematográfica pode ser comparada à obra adaptada.
A história até que ficou fechadinha, embora eu tenha tido vontade de parar no meio e ler o livro novamente. Just for fun.
Até pra ver de novo a história que eu tinha visto, oras...Pô, até colocaram o Tarquim bonito... e aquele Derek Smith nem era tão mal assim... quem assite filme que vem de livro sempre acaba se achando meio enganado... cadê os detalhes da história... ei, não foi assim que ele emprestou os dólares pra ela. Vem cá, a echarpe não era AZUL COM DOURADO???  
Lembrando............................................hehehehehehe.
Muito bom.
Embora o vídeo, se analisado direitinho, traga algumas liçõezinhas a se pensar: em como é difícil encobrir erros, como negar um aspecto negativo da nossa personalidade pode nos prejudicar, e mais ainda, como isso pode acabar magoando pessoas, especialmente a nós mesmos. E principalmente, em que há uma hora em que temos que crescer, nem que seja à fórceps. Ou à Alicia pernas longas... 

Tá, vamos esquecer por duas horinhas a vida real e curtir as histórias de outras pessoas, mesmo inventadas. Ainda assim podemos nos identificar, recriminar, pensar, quem sabe até mudar? Rsrsrsrrs
Bem, e ainda tem o tal do diabo do final feliz, né? Puxaaaaa
Vou dormir pensando que esses tais existem.

Texto tirado de uma notícia de jornal

" Eu não sou você. Você não é eu", por que temos medos, inseguranças e limites internos que nos bloqueiam de formas diferentes. Cada um de nós dois funcionamos, um como espelho do outro. Como " eu não sou você", tem momentos em que miro no espelho que você se transforma à minha fente e consigo ver beleza, capacidade de amar, fragilidade doce, meninice. Mas, nos seus momentos de insegurança e agressividade só vejo o pior, minhas sombras, reveladas em complexos e frustrações. Como "você não é eu", percebo que naquilo que me faz insegura, encontra-se justamente o que avalio como sendo o seu brilho. Mas, nos meus momentos de rigidez, sinto as farpas do seu medo lançadas no que tenho de belo, na tentativa de me enfraquecer.
Porque tem que ser assim?
Reparou que nesse jogo de luz e sombra podemos estar estupidamente sabotando a possibilidade de amor e crescimento?
Precisamos continuar tentando... afinal, AS PÉROLAS NASCEM DA PACIÊNCIA DA OSTRA, DA DURABILIDADE DA CONCHA E DA GENEROSIDADE DO MAR".


Palavras sábias. Quase um vaticínio. Por que mesmo com tudo isso, sei, que em alguma hora, a vida, sorrateiramente, silenciosamente, fará o convite, nos deixando cara a cara com o inevitável: a possibilidade do novo. O tentar de novo. É a formação da pérola, quem só vem da paciência da ostra. E acabei me lembrando de um texto que fala dessa criação.

Da pérola como resultado da cicatrização de um corpo estranho, uma ferida que foi coberta por camadas e camadas de nácar.

Da dor, do corpo estranho, do desconforto a jóia.

Acho que foi a força dessa imagem que me cativou no texto e fez com que eu o trouxesse para o meu cantinho virtual: a capacidade sublime que temos de transformação. Criar uma reclassificação dos eventos, rever os conceitos dos conteúdos. A chance, enfim, de libertação do que nos aflige, angustia, aprisiona.
Não creio que tudo que nos aconteça seja totalmente  responsabilidade apenas nossa. Não muito tempo atrás, acho que andei comentando isso. Mas definitivamente, o que extraímos desses acontecimentos, os pontos de vista que adotamos e especialmente, o que exteriorizamos após os tais fatos é sim, algo que está unica e exclusivamente sob nosso controle. A isso chamo liberdade. Não temos controle total do que recebemos do mundo mas temos (ou pelo menos teríamos que ter) do que devolvemos a ele...responder à ferida com a pérola....

Ou como disse D. Cora, juntar minhas pedras e fazer mais poemas...

It´s friday!!!!!


Depois de uma semaninha pra recuperar as forças. Ainda não deu. São tantas emoções...
Um finalzinho de semana não cai nada mal.
E hoje, vou ter uma companhia especial hihihi
Becky Bloommmmmmmmmm
Oba!

Because even a super woman needs...

27 de julho de 2009

É bem por aí.


Apesar da busca do autoconhecimento ser uma meta constante pra mim,
Não poucas vezes me dou conta de que somos, na verdade, apenas grandes enigmas.

24 de julho de 2009

Só de mau...vou ser feliz. Tchauuuuuuuuuuuuu




Acredito muito em vontade.
Depois de muito ler e meditar à respeito, acho que a disposição intencional para algo é um requisito indispensável para efetivamente se conseguir o que se deseja.
Não é a fórmula simplista do querer é poder.
Afinal de contas, estamos submersos em meio a uma série de circunstâncias realmente incontroláveis.
È no sentido de que é possível sim optarmos pela nossa condição interna. Como a bela frase que diz que “ haverá sol dentro de mim, independentemente do tempo que esteja lá fora”.
Motivos para tristeza? Meu Deus... tantos e tão vários...
Mas, mesmo com a existência real de tais motivos, acredito que é possível e viável sermos e nos dizermos felizes.
Se me encontro em ambientes hostis, sob circunstâncias adversas, convivendo diariamente com pequenos desgostos e algumas irrealizações tenho que me mimetizar e entrar na onda negativa?. Se, enfim, por qualquer razão, estou com problemas, além disso tenho que ficar triste?
Não pode ser apenas ruim, tem que ser péssimo? Não dá, né?
Somos livres. Livres para escolher, como de fato fazemos, mesmo que inconscientemente o que vivemos. A nossa vida, nossas conquistas, nossos caminhos são propriedades nossas.
Bem assim o nosso estado de espírito.
É o que acredito.
Embora isso não queira dizer que eu nunca tenha, como todos nós, me deixado levar pelas circunstâncias, em determinados momentos permitindo que os sentimentos direcionassem minhas ações. Infelizmente.
Os sentimentos são ladinos. Respostas emocionais, arrebatadas, imediatas não são reações inteligentes, pois provenientes de uma parte do cérebro que “ não pensa”. Nunca esqueço daquele livro do Daniel Goleman, a inteligência emocional, que explica isso direitinho.
Por isso, rejeito em mim mesma e nos outros decisões emocionais.
Prefiro, mil vezes, as decisões racionais.
Como a de ser feliz.
Independentemente de qualquer coisa ou pessoa.
Manuel uma vez disse – e ele bem sabia o que estava dizendo: tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Claro, sem dúvida nenhuma: um poeta lá esteve antes de mim.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste:
Quero ser feliz.
Isso tudo veio a propósito de uma festa. Sim. Uma festa. E eu vou pra ela. E na verdade, já me sinto nela. È como se festa fosse um pouco parte de mim.
E, mesmo com tudo contra. Eu SEI que vou estar ( mais ) feliz.... rsrsrsrrsrs
Oba!
Só de mau...vou ser feliz. Tchauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu



Não sei dançar

Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria...
Abaixo Amiel!
E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff.
Sim, já perdi pai, mãe, irmãos.
Perdi a saúde também.
É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz band.
Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu tomo alegria!
Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.
Mistura muito excelente de chás...
Esta foi açafata...
- Não, foi arrumadeira.
E está dançando com o ex-prefeito municipal:
Tão Brasil!
De fato este salão de sangues misturados parece o Brasil...
Há até a fração incipiente amarela
Na figura de um japonês.
O japonês também dança maxixe:
Acugelê banzai!
A filha do usineiro de Campos
Olha com repugnância
Para a crioula imoral,
No entanto o que faz a indecência da outra
É dengue nos olhos maravilhosos da moça.
E aquele cair de ombros...
Mas ela não sabe...
Tão Brasil!
Ninguém se lembra de política...
Nem dos oito mil quilômetros de costa...
O algodão do Seridó é o melhor do mundo?... Que me importa?
Não há malária nem moléstia de Chagas nem ancilóstomos.
A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca.
Eu tomo alegria!

Manuel Bandeira

Eu queria que existisse....

 
DDD
Discagem direta para Deus
( personagem): - Deus, telefone pra você...
( Deus ):          - Alô?
( Pulim):          - Deus, me ajuda.

23 de julho de 2009

Na madrugada...

daqui


Há tempos coloquei aqui o trecho 46 do livro do desassossego. Livro que é  uma “paulada pessoana” do começo ao fim. Uma leitura difícil, um verdadeiro mar bravio a ser atravessado.
Porém um livro sumamente magnífico.
Nesse trecho,Fernando, sob o pseudônimo de Bernardo Soares comenta elogiosamente um poema do mesmo Fernando, desta vez sob o pseudônimo de Alberto Caeiro:
"Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura."
A pauta da vida aceita o molde proposto pelos nossos horizontes. A nossa vida é aquilo que dela enxergamos  e isso está umbilicalmente atado ao que apreendemos do nosso derredor.
O nosso horizonte, aquele geograficamente extendido, aquele fruto do viajar, do elastecer o conhecimento empírico e real de outros lugares, outros aromas, outros ares...como o viajar aguça os sentidos, desperta consciências e muda nosso jeito de encarar a vida. Por isso, sabiamente se disse que ninguém volta igual de uma viagem...
Mas não só esse. Há um outro meio, que pode ser tão rico tanto, apesar de nunca substituir o anterior. É a literatura.
Ler é viajar sem sair do lugar. É sair do lugar permanecendo onde se está. É, sobreduto, partir em direção a um novo “eu”, que nos aguarda exatamente depois da última linha do texto.
A leitura pra mim é vida e sonho e bálsamo. A chance de expandir, ultrapassar, entender a mim mesma. A universalidade dos sentimentos retratada das mais diversas formas apenas me espelham. A minha humanidade se referencia nos que já passaram pelo mundo e experimentaram as mesmas questões, dúvidas, alegrias, prazeres.
Ler também é viajar. Não fisicamente, mas emocionalmente.
Muito me chamou a atenção um texto que vi pela blogsfera: nele a autora falava que vez ou outra, em determinadas leituras, num momento ela parava e abraçava o livro, agradecida pelo sentimento de identidade, pelas palavras de outra pessoa que traduziam com precisão o que ela gostaria de expressar, o que ela sentia.
Se eu pudesse abraçar um blog, teria feito naquele momento. Sinto exatamente a mesma coisa, e já andei me agarrando com algumas literaturas. Eram em momentos tais que na minha (suposta) solidão, eu sentia que não voltaria ao ponto que estava antes da leitura. Era a sabença do meu horizonte se expandido. Quando eu me via vendo mais... portanto maior do que eu era então. Embora continuasse com meus minguados e insinceros 1,60 ( 1,595, na verdade).
Por isso, voltando ao começo – como tudo na vida sempre faz questão de fazer, lembrei da antiga descrição do blog, que é também do Fernando ( será que eu não canso??rsrsr). Acabei mudando, por outras razões, mas que retrata muito bem esse viajar. O salto para o novo e para o futuro que tanto almejo, o mergulho em mim mesma que me levará além...será dele também o final deste post madrugal.
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”

Um haicai? (revisado)

 
Ligação fora de hora
um instante
 e o sono vai embora.

22 de julho de 2009

Eu odeio


Eu odeio quando acontece de novo.
Odeio largar a história na metade
Odeio dormir
Odeio o trabalho amanhã cedo :)-

Adoro livros assim!

Marretada

 

A certa altura de um livro, a mocinha, cansada de ser boa praça – e quase sempre confundida com capacho- resolve mudar a resposta. Ao se deparar com as mais diversas situações, range os dentes, cobra,exige, roda a baiana.
Com a vendedora, com o ex, com o chefe, com o funcionário relaxado.
Na leitura, é uma hora boa.
Na maioria das vezes os livros são escritos de forma que os leitores possam se identificar com os protagonistas. Quase sempre os autores são os maiores fãs de seus próprios personagens.
Há exceções, claro. Na literatura, como na vida, não há regras. Há estilos. E cada um se aproxima ou se afasta do estilo que mais lhe agrada ou repugna. Totalmente normal.
Na ficção pode tudo. Até não sermos politicamente corretos.
Passei tempos imaginando – e me divertindo- com várias situações nas quais sobrepomos o espírito civilizado a determinadas pulsões, mas que na verdade, gostaríamos de fazer bem ao contrário...
Acho que todo mundo quer, vez ou outra, deixar a capa da civilidade encostada em algum banco por aí e sair respondendo às broncas à altura (ou à baixeza) correspondente.
Seria digamos, dar o troco, ao invés da outra face.
Umas maretadas por aí.
Ah, uma vontadezinha dá......
Mas no fundo, acredito que esses rompantes, ou ataques de verdade, ficam bem melhores para a literatura ou para a imaginação, no meu caso, já que não escrevo.
Depois das verdades despejadas, o que sobra? Alma lavada? Acho que não... a tentação é grande, eu sei... mas vamos vivendo e aprendendo na marra a ter fair play...
Não deu? ...não deu. Perdeu o documento?Perdeu.....Não se deu bem na entrevista? Nop.....Levou um fora? Levou.... simples assim. Sem recriminações, julgamentos, considerações, teorias... ah como eu gostaria que fosse sempre assim.
Melhor o fair play do que o vazio de ter soltado todos os cachoros em cima de alguém e isso simplesmente não ser capaz de reverter o que aconteceu de chato na nossa vida...
Por que na verdade, nada é. O que está feito, está feito. O que se viveu, não se apaga – porém se esquece.
Por mais difícil que isso seja, o melhor sempre é respirar fundo, engolir em seco e seguir em frente, por que sempre haverá vida depois disso para se suplantar o vivido...

21 de julho de 2009

Para Martha



A massacrante felicidade dos outros...

Há no ar um certo queixume sem razões muito claras.
Converso com mulheres que estão entre os 40 e 60 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e, ainda assim, elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.
De onde vem isso?
Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: 'Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento'.
Passei minha adolescência com a mesma sensação de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite.
É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser.
Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho...
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias.
Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas... Então, fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando, na verdade, a festa lá fora não está tão animada assim!
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma.
Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados.
Prá consumo externo, todos são belos, sexy, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, enfim, campeões em tudo!
Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia - e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta: 'Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça.' Mas tem.
Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia...
Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores?
Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige?
Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa?
Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé?
Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento...
(Martha Medeiros)

Por que sempre haverá hora.
Por que a vida é mesmo agora.
Por que Matha será sempre inspiração,
De como é dizer o que deve ser dito, a todo momento,
da forma mais bonita.


Valeu pelo e-mail Arerê...

Para onde?

17 de julho de 2009

Fé e coragem


Nossa vida é 100% moldada pelos nossos pensamentos. A forma como encaramos os dias determina a percepção da felicidade ou infelicidade que temos na vida.
Um erro no trabalho, a perda de um amor podem servir tanto como alavanca para um novo comportamento ou como passaporte para a angústia e depressão.
Um evento qualificado como desagradável ,uma falha, uma falta, uma perda, pode ser somente isso, ou pode ser estopim de uma crise. Pode ser apenas uma pedra no caminho, ou virar um muro que impede o avanço.
Acredito que precisamos, todos nós, de um ato contínuo e desarmado de fé. A fé, por si mesma, representa coragem. Não sabemos o que nos aguarda na próxima esquina, no próximo dia. Mesmo assim, precisamos acreditar que o que ali encontraremos é especialmente o que foi preparado pra nós, por alguma razão. E o que quer que aconteça,vai ser necessariamente para o nosso bem, mesmo que a princípio não enxerguemos isso, mesmo que a primeira reação ao evento seja de dor, incerteza, cegueira.
É. Ter fé é ter coragem.
Acreditar que haverá sol, mesmo no meio da noite mais escura de todos os tempos.
Que haverá paz, em algum lugar, quando o turbilhão passar.
Que haverá paz, dentro de nós mesmos, por que é dentro da gente que a paz habita, assim como a alegria a esperança, a vontade. Tudo isso reside no mais íntimo do nosso ser.
Acessá-los, encontrá-los, sabê-los dentro da gente é o produto final do nosso amadurecimento. É quando deixamos de ter comportamentos e percepções baseadas nos eventos externos, para embasá-los pelas nossas certezas íntimas, que possuem existência própria e eterna.
Mas o ser humano é completamente falível. Nossas dúvidas nos traem. É a dúvida que tolda a visão do que disse anteriormente, daquilo que eu mesma acredito que seja correto.
Pelo menos racionalmente acredito.
Não sei se somos cheios de dúvidas ou temos pouca fé.
Escrevendo pra uma amiga, joguei, dita de outra maneira, a célebre frase “ Deus escreve certo por linhas tortas”.
Todos os dias, assim como todo mundo, tenho a oportunidade de contestar essa frase, duvidar de seu acerto, questionar sua infalibilidade.
Duvidar.
Como disse, tenho (temos) a oportunidade. A chave da questão é fazê-lo ou não.
Se uma vozinha interna sopra em nosso ouvido o vírus da dúvida, a chave é termos substância suficiente para sabermos como silenciá-la.
Com silêncio, com reza, com música, com leitura, com conversa, com trabalho, com colo de alguém...com a escrita.
Acho que eu calei a vozinha.

16 de julho de 2009

Tem coisas que nunca saem de moda...

- É, então tá, eu dou uma passadinha...
- Eu não te convidei pra dar uma passada, e sim pra ir e ficar.
-................................................ )))))))

Homem decidido, definitivamente, nunca será out of date...

11 de julho de 2009

I Can't Get No



No, you can't always get what you want
You can't always get what you want
You can't always get what you want
And if you try sometime you find
You get what you need




Só por que tem dias que... It's only rock 'n roll (but I like it)!!!!!



10 de julho de 2009

Por que é sexta!

Capice????

8 de julho de 2009

Cansada!

Depois de apenas 4 horas de sono.
Não pensar quando poderei dormir novamente. This is the key.

7 de julho de 2009

Variação sobre o mesmo tema...

 
Quando é que o cativeiro

Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?

Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?

Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?

Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.

                  Fernando Pessoa
Se fosse planejado não daria certo. É quase a continuação do post anterior. 
Cada vez mais ratifico o que tempos atrás Freud já tinha dito: 
" Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta lá esteve antes de mim".
 
Variação sobre o mesmo tema ou a auto-sabotagem de cada um, volume II.
 
Por Fernando: Quando é que me desato dos laços que me dei?
 
Um mestre em sua maestria. 

6 de julho de 2009

Receita para se comer queijo.


Ou por que eu amo Rubem Alves....
A Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo.
Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo...
Sugeri, faz muitos anos, que para se entrar numa escola alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias... Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme A festa de Babette, e a Tita, no filme Como água para chocolate. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não se iniciam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome...
Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim affetare, quer dizer ir atrás. O “afeto” é o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.
Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde eu morava havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia. Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las. E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.
Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, me tivesse dado um punhado das ditas frutinhas, pitangas. Nesse caso também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho sem que eu tivesse tido a necessidade de pensar. Anote isso: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.
Provocada pelo meu desejo minha máquina de pensar me fez  uma primeira sugestão, criminosa: “Pule o muro à noite e roube as pitangas”. Furto, fruto, tão próximos... Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo. Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. Marshall McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas. Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu sem uma mão seria inútil: as pitangas cairiam. Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

Imagine agora que eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a idéia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. Anote isso: conhecimentos não nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso; o banquete nunca será servido. Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano...”. A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome... Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo ele acabará por fazer uma maquineta de roubar queijos. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja...

Porque o jeito dele ensinar faz a gente querer aprender...



" O conhecimento é extensão do corpo para a realização dos nossos desejos"

A auto-sabotagem de cada um

O texto e a figura


Eu adoro essa revista Vida Simples. De vez em quando encaminho para os amigos suas matérias, numa tentativa de espalhar os efeitos benéficos que uma boa meditação sobre as questões que nos tocam de alguma forma pode nos proporcionar.
Nos dias de hoje somos constantemente impelidos à produzir, gerar, alcançar, conquistar. Sem querer, sem prever ou esperar, acabamos deixando muitas coisas pra trás ou pra depois. Um depois que nunca chega.
Vejo os relacionamentos com os amigos, parceiros, familia, cada vez mais mecânicos e superficiais.
Vejo silêncios onde deveria haver vozes e música.
Paredes ao invés de pontes.
E a leitura, muitas vezes, pode ser a faísca que falta para acender "as lamparinas do nosso juízo".
Este mês, no entanto, mais do que a matéria em si ( comportamentos auto-sabotadores não são nada novos) foi a capa que me despertou.
E me fez pensar bastante.
Ás vezes, por brincadeira, crianças amarram os cadarços dos tênis dos colegas. Os incautos, ao tentar avançar, inevitavelmente caem, levando às gaitadas os espertos.
Transpondo a imagem para a vida da gente, no entanto, a "brincadeira " vira coisa séria: Ao amarrarmos os próprios cadarços, damos origem às nossas quedas: por mais que queiramos avançar em alguns aspectos, os nós estão lá e nos fazem cair, repetidas vezes.
A repetição de um padrão de comportamento negativo, especialmente quando nos colocamos em disposição contrária àquela tendência negativa que pretendemos afastar é uma das coisas mais frustrantes que eu conheço.
E a imagem de uma pessoa tentando caminhar na direção daquilo que se deseja, e caindo, e levantando, e tentando dar um passo. para logo em seguida cair novamente me impactou, pela sua precisão. É exatamente o que a auto-sabotagem faz: nos levar ao chão quando deveríamos estar voando baixo no sentido da nossa felicidade, sem amarras.

3 de julho de 2009

Quem avisa...

Os dias são outros.
As frases são as mesmas.

2 de julho de 2009

A memória das águas

Where I belong to


Amores são águas doces

Paixões são águas salgadas

Queria que a vida fosse

Essas águas misturadas

Eu que já fui afluente

Das águas da fantasia

Hoje molho mansamente

As margens da poesia

E foi assim pela vida

Navegando em tantas águas

Que mesmo as minhas feridas

Viraram ondas ou vagas

Hoje eu lembro dos meus rios

Em mim mesma mergulhada

Águas que movem moinhos

Nunca são águas passadas

 
Ah Maria Bethânia... por que és tanto...
Do maravilhoso CD " Dentro do mar tem rio".