29 de janeiro de 2009

Da Simplicidade


É espantoso como as lições da vida estão aí em todos os lugares, prontas para serem vistas, vivenciadas, absorvidas.
Uma palavra de gratidão por este exemplo, por esta presença de espírito.
A certeza de que o melhor caminho sempre será o de simplificar a vida, os momentos, os encontoros e a nossa trajetória por vezes tortuosa... por vezes incompreensível, mas sempre bela, única, insubstituível.
Amo vida. Amo aqueles que me amam e me respeitam. Amo a Deus.

Stephen Hawking, autor de “Uma Breve História do Tempo”, e um dos cientistas mais brilhantes da atualidade, foi recentemente convidado para falar na Universidade de Stanford. Hawking é portador de uma doença que foi paralisando seus movimentos através dos anos. Hoje em dia só consegue mover seus olhos e um dedo. Para falar, usa um sofisticado computador, ligado a sua cadeira de rodas.

Com todas estas limitações, deu uma brilhante palestra, que terminou com as seguintes palavras:

“Eu usei apenas um dedo, e esta engenhoca que me faz falar tem apenas 550 palavras em sua memória. Se, mesmo assim, consegui explicar coisas tão sofisticadas como física quântica, jamais esqueçam que é absolutamente possível simplificar tudo nesta vida - principalmente nossos problemas. Que esta seja a principal lição desta tarde”.

Doutor Stephen Hawking nasceu em Oxford, Inglaterra,1942, exatos trezentos anos após a morte do famoso astrônomo italiano Galileu Galilei. Aos vinte e um anos foi diagnosticado como portador de uma doença degenerativa do sistema neuro-motor, que desde então o fez perder diversas funcionalidades do corpo, tendo inclusive que se comunicar através de um sintetizador de voz. Atualmente, ocupa a cadeira que foi de Isaac Newton no renomado Universit College. Leciona Física Teórica, publicou diversos livros de sucesso, é casado e tem três filhos.

22 de janeiro de 2009

A estrela da Vida Inteira - Ou meus poetas prediletos

Só o passado verdadeiramente nos pertence.
O presente.... o presente não existe:
Le moment oú je parle est déjà loin de moi.
O futuro diz o povo que a Deus pertence.
A Deus.... Ora, adeus!

20 de janeiro de 2009

Para Fabrício


Antes de ter meu blog eu já tinha sido fisgada pela blogsfera, e o culpado foi esse poeta, o Fabrício Carpinejar. Seus posts são de uma pronfudidade às vezes desconcertante, têm uma sonoridade própria, frases lapidadas, e não somente escritas. Como ele consegue, de onde ele tira essa inspiração? Talvez tenhamos de fato essa origem comum e a alma universal que fala aos nossos corações aravés da mesma linguagem. Sentimentos idênticos para pessoas tão díspares, distantes, desconhecidas.
Acompanhando seu diário virtual, vi que recentemente se separou. Matou o amor, ou o deixou morrer, como ele próprio disse, no post que trago, pela sua verdade... e a questão não me sai da cabeça. Por que deixar o amor morrer? por que matá-lo, se ele, em suma, é nosso maior alvo nesta vida? De que valem nossos dias sem amor... mas por que é tão difícil mantê-lo?
Just questions....

O amor nunca morre de morte natural. Añais Nin estava certa.

Morre porque o matamos ou o deixamos morrer.

Morre envenenado pela angústia. Morre enforcado pelo abraço. Morre esfaqueado pelas costas. Morre eletrocutado pela sinceridade. Morre atropelado pela grosseria. Morre sufocado pela desavença.

Mortes patéticas, cruéis, sem obituário e missa de sétimo dia.

Mortes sem sangramento. Lavadas. Com os ossos e as lembranças deslocados.

O amor não morre de velhice, em paz com a cama e com a fortuna dos dedos.

Morre com um beijo dado sem ênfase. Um dia morno. Uma indiferença. Uma conversa surda. Morre porque queremos que morra. Decidimos que ele está morto. Facilitamos seu estremecimento.

O amor não poderia morrer, ele não tem fim. Nós que criamos a despedida por não suportar sua longevidade. Por invejar que ele seja maior do que a nossa vida.

O fim do amor não será suicídio. O amor é sempre homicídio. A boca estará estranhamente carregada.

Repassei os olhos pelos meus namoros e casamentos. Permiti que o amor morresse. Eu o vi indo para o mar de noite e não socorri. Eu vi que ele poderia escorregar dos andares da memória e não apressei o corrimão. Não avisei o amor no primeiro sinal de fraqueza. No primeiro acidente. Aceitei que desmoronasse, não levantei as ruínas sobre o passado. Fui orgulhoso e não me arrependi. Meu orgulho não salvou ninguém. O orgulho não salva, o orgulho coleciona mortos.

No mínimo, merecia ser incriminado por omissão.

Mas talvez eu tenha matado meus amores. Seja um serial killer. Perigoso, silencioso, como todos os amantes, com aparência inofensiva de balconista. Fiz da dor uma alegria quando não restava alegria.

Mato; não confesso e repito os rituais. Escondo o corpo dela em meu próprio corpo. Durmo suando frio e disfarço que foi um pesadelo. Desfaço as pistas e suspeitas assim que termino o relacionamento. Queimo o que fui. E recomeço, com a certeza de que não houve testemunhas.
Mato porque não tolero o contraponto. A divergência. Mato porque ela conheceu meu lado escuro e estou envergonhado. Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhas.

Mato porque aguardava o elogio e recebia de volta a verdade.

O amor é perigoso para quem não resolveu seus problemas. O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende, fala as coisas mais extraordinárias sem recuar. O amor é a boca suja. O amor repetirá na cozinha o que foi contado em segredo no quarto. O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa. Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever.

O amor é sempre assassinado. Para confiarmos a nossa vida para outra pessoa, devemos saber o que fizemos antes com ela.

11 de janeiro de 2009

A vida



Quando você partir, em direção a Ítaca,
que sua jornada seja longa,
repleta de aventuras, plena de conhecimento.


Não tema Laestrigones e Ciclopes nem o furioso Poseidon;
você não irá encontrá-los durante o caminho, se
o pensamento estiver elevado, se a emoção
jamais abandonar seu corpo e seu espírito.
Laestrigones e Ciclopes, e o furioso Poseidon
não estarão em seu caminho
se você não carregá-los em sua alma,
se sua alma não os colocar diante de seus passos.


Espero que sua estrada seja longa.
Que sejam muitas as manhãs de verão,
que o prazer de ver os primeiros portos
traga uma alegria nunca vista.


Procure visitar os empórios da Fenícia,
recolha o que há de melhor.
Vá às cidades do Egito,
aprenda com um povo que tem tanto a ensinar.


Não perca Ítaca de vista,
pois chegar lá é o seu destino.
Mas não apresse os seus passos;
é melhor que a jornada demore muitos anos
e seu barco só ancore na ilha
quando você já estiver enriquecido
com o que conheceu no caminho.


Não espere que ítaca lhe dê mais riquezas.
ítaca já lhe deu uma bela viagem;
sem ítaca, você jamais teria partido.
Ela já lhe deu tudo, e nada mais pode lhe dar.


Se, no final, você achar que ítaca é pobre,
não pense que ela o enganou.
Porque você tornou-se um sábio, viveu uma vida intensa,
e este é o significado de ítaca.


- KONSTANTINOS KAVAFIS (1863-1933)

3 de janeiro de 2009

2008

Sem palavras para dizer.
Sem termos aptos a transmitir os momentos vividos.
As surpresas.
2008 se vai, e deixa momentos que ficarão eternizados.
2009 vem chegando, com a doce promessa de tantos outros.
Depois de tanta caminhada.
"Aquilo que a memória ama fica eterno."