25 de dezembro de 2007


Dias de luto. Ao despedir-se de um amor, despede-se igualmente de tua esperança, tua alegria, teu desejo, tua felicidade. Dispa-se. De tua couraça, tua armadura, deixa-te dissolver na angústia que consome o ar que deveria dirigir-se aos teus pulmões. Contorce-te na ausência do cheiro, do toque, da palavra, da mera existência do teu objeto de amor. Esquece-te de ti mesmo. Apaga os risos, as carícias, as conversas, os jantares, as saídas, as noites e os dias. Enterra. Desiste de entender, tentar mudar os fatos, trabalhar com irrealidade. Nada resta senão os sete palmos
Para um amor que quis ir embora. Cova.
Não há meio termo, não há amizade, não há modernidade neste momento: apenas sente, sofre, chora e ao final, ergue a cabeça e caminha, no começao ainda vacilante, para o restante da história da tua vida que te aguarda na próxima esquina.

19 de dezembro de 2007

Final de ano



Nesse ano percebi que foram recorrentes minhas especulações sobre os começos e os fins que temos que enfrentar, todos os dias, na vida; Desde meu primeiro post, não tão distante assim, porém já bem ultrapassado por uma avalanche de acontecimentos. Acontecimentos estes esperados ou não, bons ou maus, corriqueiros ou inesquecíveis...
Agora todos nos deparamos com um baita fim.... 2007 se despede. E, ao final do ano, o início das questões. Sem entrar no mérito, coisa rara para um blog que se propõe a especulações sobre a razão e o por quê da maiorias dos fatos que vivencio.... bem, o balanço a respeito do ano é feito de pequenas vitórias, alegrias sinceras, humilde aprendizado, gratidão pelos afetos, compreensão pelos erros, esperança de melhora... em espiral, as questões se renovam, mas as dúvidas pairam sob outros aspectos; sinal inequívoco do avanço, mesmo tendo plena consiciência do largo caminho que falta... como a ampulheta a passagem é lenta... grão em grão... buraco de agulha.
Nesses momentos, por mais que a urgência de dar ao mundo as respostas consideradas satisfatórias, ao cabo de mais um ano chego à conclusão já cantada e decantada na máxima que diz que a felicidade está na jornada... despeço-me de 2007 com a sensação que caminhei, evolui; o resultado assim, é positivo, vez que este é o nosso único objetivo nesta passagem chamada vida....

22 de novembro de 2007

Caminhos



Caminhante, são teus rastos o caminho, e nada mais;

caminhante, não há caminho,faz-se caminho ao andar.

Ao andar faz-se o caminho,e ao olhar-se para trás

vê-se a senda que jamais se há de voltar a pisar.

Caminhante, não há caminho, somente rastros no mar.

A força de deixar o passado para encarar um futuro incerto. A responsabilidade de arcar com as consequências do que se deseja.... e a permanente interrogação se os passos trilhados levarão aos almejados sonhos... faz-se o caminho ao andar...

20 de novembro de 2007

Cansaço


Quando a rotina pesa, as pessoas se tornam absolutamente incompreensíveis, quando as margens parecem longe demais, e a travessia por demais extensa... o que fazer? É essa a pergunta que me venho fazendo já há algum tempo... entre o espanto e a diversão reparo que não estou sozinha, e que muitas pessoas, como eu, têm-se deparado com questões semelhantes. Sem muita surpresa, por outro lado, constato que os questionadores pertecem ao sexo feminino... mera coincidência? Não creio... acredito que a condição feminina ainda é bem mais sensível aos revezes e aos dilemas de hoje... parece-me, não sem uma ponta de inveja fulgás, que os homens não se apegam a este tipo de dúvida, e vão vivendo suas vidinhas pacatas com bem mais facilidade... atrás da próxima festa, do próximo bar, da próxima mulher... sob esse aspecto, o famoso egoísmo masculino até que tem sua função...
Bem, cada um com seus prazeres e suas dores... deve haver algum, afinal.
C A N S A Ç O.

5 de outubro de 2007

Basta um instante e você tem amor bastante – Da série meus poemas preferidos.


A primeira vez que o vi fi no livro de Português da oitava série ou primeiro ano, sei lá... amar é um elo, o inseto no meio da página..senhor da noite... depois nas minhas agendas adolescentes, ele sempre lá. Suas palavras nunca me abandonaram e posso dizer, é de longe um dos meus preferidos.... basta um instante e você tem amor bastante. Basta uma linha e você se encontra numa rima.

Paulo Leminski.

Dos vários, dos inúmeros poemas, selecionei alguns, aleatoriamente . Decidi por hoje ser prolixa e olha que falta um bocado, como aquele da capa do meu caderninho de poesias, meu famoso e por enquanto esquecido caderninho de poesias... palavras de outros feitas minhas.
Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

Abaixo o além

de dia
céu com nuvens
ou céu sem

de noite
não tendo nuvens
estrela
sempre tem

quem me dera
um céu vazio
azul isento
de sentimento.


Viver de noite me fez senhor do
fogo.
A vocês eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse eu mesmo
carrego
Sossega coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora

calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa

4 de outubro de 2007

Não somos uma ilha e outras respostas


Ontem acabei de ler " O caçador de Pipas". Não pretendo fazer resenha, mas para um livro que no início não gostei - no primeiro dos dois dias que levei pra terminar pensei até em deixar de lado - posso dize que além de surpreendida, fui tocadas pela força da mensagem que ele traz nas entrelinhas.
Queria falar de apenas uma idéia que não me saiu da cabeça desde que desliguei a luz do quarto para finalmente dormir: somos bons por que somos naturalmente propensos às virtudes, ou somos bons apenas para expiar o rosário das nossas culpas, reais ou criadas? Quando mais se cria ruim e cheio de defietos, mas a personagem irrefletidamente, sem medir consequências, era capaz de realizar atos com mais humildade, mas sabedoria, mais verdade, mais coragem.
Chegar ao fundo da ausência de virtudes o fez, em sequência, ser mais virtuoso que todos os demais....
Espanta-me perceber que mesmo a noção de bondade, maldade, virtude e defeitos só são preenchidas de significado quando consideradas em razão do outro, daquele com o qual convivo... a medida de bondade, a troca de papéis, a construção e destruição de imagens e ideais... tudo em função do outro, que é nossa medida nosso espelho, nossa perdição e salvação.
Dá o que pensar... e muito.... de fato, não se pode nunca considerar isoladamente alguma situação ou alguém... a conclusão advinda dessa análise sempre será incompleta, menor, com alguém só.

Por você, eu faria isso mil vezes....


Eu calaria as minhas mágoas

Todas as suas faltas


Eu calaria as minhas angústias

As noites mal dormidas

As horas paradas


Eu consentiria em conviver

com o siêncio que grita

E oprime minh'alma.


Por você, eu faria isso mil vezes....



28 de setembro de 2007

Construindo Pontes

O que é uma ponte? Nada mais do que uma ligação. E se duas coisas precisam ser ligadas, é porque há, entre as mesmas, uma lacuna. Hiato.
Vivemos dias áridos, secos, quando é mais fácil omitir do que abrir o coração. Há muito muito tempo foi dito: As pessoas são solitárias porque constroem paredes em vez de pontes.
E é verdade. Construímos paredes com mentiras, com fofocas, com covardia. Não quero paredes. Quero pontes.
Sinto-me defronte a uma parede, a qual terminei por ajudar a construir, embora não tenha colocado um único tijolo...
Uma ponte serve também para unir pontos distantes. Pessoas separadas. Hiato.
Pessoas estão separadas somente quando a conexão dos sentimentos existentes entre elas se exauriu. Isso pode acontecer com separação física ou não... aliás, é mais triste ainda quando a solidão se instala entre os próximos.
Por outro lado, se existem pontes é porque temos necessidade de ligação, de estarmos juntos daquelas pessoas que acreditamos amar e nos amarem. Embora às vezes, não tenhamos tanta certeza assim aonde elas estão....

21 de setembro de 2007

Tente outra Vez!



Hoje peguei um texto na internet e lendo, me emocionei; mas uma emoção boa, daquelas que aparecem num momento de sinceridade, de crença, sentimentos geralmente encobertos pela ditadura do padrão que vivemos hoje, coisa que até já comentei em outro post.
Num impulso, peguei 90% da minha lista de contatos e mandei a matéria. O engraçado é que ao apresentar o texto para os amigos, mencionei a música do Raul Seixas, Tente outra vez, que diz tudo, e qual não foi a surpresa quando no meio da matéria tinha um trecho da mesmíssima dita cuja; Não é surpresa dizer que foi nesse momento que me emocionei.
Queria que todos acreditassem nisso, queria que todos se perdoassem, me perdoassem, se entendessem, me entendessem; nossas ações com os outros são puro reflexo das ações que temos para conosco. Se me amo, me compreendo, me aceito e me perdôo, facilmente estenderei essas atitudes aos que me rodeiam...parece chavão, parece clichê, mas tenho continuamente chegado à conclusão que é verdade.
Sei que dos que mandei, alguns lerão a mensagem, a maioria não, e apesar de querer que todos tivessem a sensação que eu tive ao ler a matéria, que podemos deixar pra trás o que nos não nos faz felizes, que podemos sempre recomeçar, isso não me deixa triste; Fiz o meu papel, fiz o que dizia o coração. Muitos deles fizeram parte, mesmo que de maneiras diferentes, de muitos dos meus fins, muitos dos meus recomeços e sei que tenho muito a dizer por isso... hoje eu tentei.

"Beba, pois a água viva ainda está na fonte, você tem dois pés para cruzar a ponte. Nada acabou, basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo, vai!"
Tente Outra Vez, de Raul Seixas"

14 de setembro de 2007

É para dar opinião???

O Renam foi absolvido, o dólar está desvalorizado, se gosta
de uma pessoa q não tá nem aí pra você, pessoas que nutrem um sentimento legal se afastam, tem uns caras que preferem morrer por Alá a construir uma vidinha boa na terra mesmo, os casais se traem, sócios roubam um do outro, enfim, o mundo é assim: imprevisível e quase sempre incompreensível. Se de mazelas estamos cheios, o contrário tb é verdade, existem as amizades, existe a arte, a música, o mar, a lua, temos ainda um pedaço de natureza, tem a fé, né? Que nos ajuda a continuar caminhando, mesmo que não saibamos pra onde nem muito bem por que...
Eu falei tudo isso pq não sei o que dizer nesse momento...paciência? A vida é assim? Isso acontece? Era a crônica de uma morte anunciada... diferentes todos nós somos, em um outro aspecto e às vezes as necessidades estabelecidas por um casal se chocam irremediavelmente, às vezes pra sempre, outras não, quem poderá dizer... ( olha aí outro papel pra esperança, sempre ela... não sei se ajuda ou atrapalha). Aí sempre vem a fase do sofrimento, da troca de acusações e aparentes verdades sempre sentidas, porém nunca ditas.. sentimentos não atendidos, frustrações vividas e omitidas, expectativas quebradas... Como estabelecer regras, paramêtros para o que sentimos?
De pronto vejo que a coisa já começa injusta: eu te cobro pelas MINHAS expectativas, mas quem disse que a relação seria baseada somente nelas, que elas eram o manual do sentimento? Isso vale para os dois lados e acho que é por isso que sempre existirão os conflitos, assim como sempre existirão outras uniões, com outras expectativas a serem atendidas ou frustradas novamente... apenas pensamentos. Pois é, fico meio incapaz de dar uma opinião perfeita e acabada,por que fui profundamente influenciada por aquele tiozinho alemão, o Albert, aquele, que pegaram com a língua de fora, zoando com o mundo todo, dizendo: Te vira malandro, pois tudo é relativo!!!!

Dos posts nunca postados I

“ ... Um minuto o nosso beijo
Um só minuto; no entanto
Nesse minuto de beijo
Quantos segundos de espanto!...”


Uma pequena homenagem ao poetinha.... 18/08.

11 de setembro de 2007

Coisa de criança




Quem será essa figurinha?!... rsrsrsrsr

Tão faceira com o óculos branco, querendo enxergar o quê?

Essa falta de humanidade, esse mundo de máscaras e desamor que vejo hoje?

Essa inadequação dos sentimentos, essa impossibilidade das vontades em nome de uma determinada forma de viver, que viver?

A necessidade de encontrar um culpado, de apontar erros e criticar pessoas que não se enquadram no padrão posto?

Essa busca desenfreada por aquilo que não se deve querer, que não se pode segurar, que não tem fim?

Tenho saudade da criança que fui e de tudo que todos nós vivemos na infância e deixamos pra trás... a alegria por poucos motivos, a inocência , a crença nas pessoas, a sinceridade, a pureza do amor, a singeleza do sorriso .... sentimentos plenos, mas encobertos muitas vezes pelas camadas de fadiga, erros e desesperança.

Mas ainda hoje percebo um pouco da Paulinha criança gritando dentro de mim: Não consigo entrar no jogo fácil das aparências, não acredito que as pessoas possam simplesmente ser tão superficiais assim, e me desaponto ao perceber que quase sempre é isso mesmo.... não perco o hábito antigo de acreditar... nem que para isso frequentemente tenha que arcar com a decepção.

Só me resta desejar sorte à essa pessoinha feliz aí de cima....

29 de agosto de 2007


Outro dia disseram como era bom ficar procurando as imagens pra colocar no Blog. Foi a Déa, a culpada do meu Blog...rsrsrsr. De vez em quando, nas nossas conversas sobre essa loucura do que é ser mulher nos dias de hoje, das delícias e dificuldades, dos encontros e desencontros (estes, infelizmente bem mais comuns), dessa nossa eterna busca por algo... dos acontecimentos enfim da nossa turma, brincávamos que tal situação estaria perfeita para um episódio de seriado americano, talvez. É aquela situação familiar de reconhecimento do universal que encontramos nas menores porções de individualidade.
Essa pequena digressão serviu apenas para justificar que não vou escrever nada do que queria, apenas em razão da figura que está aí em cima. Há dias venho me debatendo sobre escolhas, caminhos, razão, emoção, certo, errado, sabedoria ( isso não dá post, dá livro..rsrsrsrsr).
Mas ao me deparar com a singela figura do dado me dei conta de uma coisa super-simples... muitas vezes, nossa determinação em traçar o caminho reto esbarra no que chamaram de imponderável... no incontrolável... na sorte (!?). Nem tudo, portanto, é fruto da nossa pura ação.
Por mais que tentemos intervir ou influenciar o rumo das nossas histórias, em determinados momentos apenas nos resta observar o rolar dos dados... sinceramente não gosto de pensar na vida como um jogo, mas consigo observar que pelo menos em determinados momentos ela se mostra exatamente assim.
E como em qualquer jogo que se preze, não é dado conhcer o final antes que ele acabe....

" para o bem de todos que a Sorte seja independente da expectativa.
Se houvesse alguma relação entre a esperança e o destino...Mesmo as pessoas mais alegres seriam concerteza nervosas e infelizes..."

23 de agosto de 2007

UFA!!!!!!!


Hoje estou me vendo às voltas com o tempo, e pensando em todas as coisas que tenho me proposto a fazer; faculdade, pós, trabalho, curso...tudo junto... meus livrinhos lá encalhados, a academia paga que não consigo freqüentar...a lista de filmes que só aumenta rsrsrsr......dilemas.

Saio cedo, chego tarde, tenho estado pouco na vida dos meus pais, dos meus amigos... peraí: eu tenho estado pouco até mesmo na minha própria vida !!!! Rsrsrsrsr brincadeiras à parte, tenho me sentido ausente mesmo, mas ta difícil conciliar.

Além disso, quero encontrar um esquecimento dos ponteiros para sair, rir, dançar... UUUUUFFFAAAA!!!!!!!!!!!!!! E até vou, mesmo que enfrente uma canseira no dia seguinte, e me prometa nunca mais cair na história do “vou ficar mais só um pouquinho”....

E Vejo muita gente passando por essa mesma situação: somos chamados continuamente à produzir sem trégua, a dar resultados, o que acaba sendo uma expectativa nossa também.

Mas se bem que, lendo o post, chego à conclusão que apesar do sufoco, estou feliz! Feliz por poder continuar dando meus pequenos passos, a cada novo dia, cada “pedreira” ultrapassada... cada diabo de tecla daquela HP.... têm valido à pena, e como! Afinal, o que dizer? Todo mundo pode, EU POSSO!!!!!!!
( inclusive postar no Blog... uma grata surpresa... ;)

17 de agosto de 2007


Dizem que a atitude é a mais eficiente forma de ensinar algo; o que fazemos termina por ser mais importante do que o que falamos ou pensamos... engraçado como as coisas se encaixam, basta um pouco de meditação a respeito.... o que fazemos reflete nosso sentimento imediato, é a ação primeira, sem que a mente possa racionalizar , traçar um plano de ação que seja condizente com o que é supostamente correto – não quero entrar no mérito se isso é bom ou não, acredito que os impulsos têm sua função e seu fim, dependendo apenas do contexto... isso é outra conversa.
Mas a atitude, quaisquer que sejam suas origens, fundamento ou conseqüências, é algo intrinsecamente particular. É da pessoa, e dela deve ser a responsabilidade. Há o discurso fácil de colocar a culpa no outro, retirando de si mesmo a obrigação de responder pelos atos e arcar com as suas conseqüências...armadilhas da mente. Não resolve... chega um ponto em que ou a pessoa assume a condição de responsável pela sua própria atuação na vida ou vai ficar eternamente enredado nas coisinhas miúdas que vão atrapalhando, postergando, impedindo o amadurecimento e a conquista da felicidade. Que bom chegar a essa conclusão...
Pode acontecer coisas piores também.... falando de atitudes, pensa-se logo em exemplos... e falando em exemplos, pensa-se de imediato nos heróis, santos, entes cujo maior legado foi unicamente o exemplo...o molde. Mas não só por aproximação se reconhece o exemplo, também por oposição. Seria o negativo da fotografia, o outro lado da moeda... tudo o que não deve ser seguido... o anti-herói. Por essas coincidências da vida, nessas minhas meditações sobre as atitudes, fui dar de cara com um exemplo perfeito e acabado disso que estou falando: Cazuza...inteligentíssimo, culto, viajado, bem-criado, sensível... mas vítima da sua paixão, do seu ímpeto de vida que paradoxalmente o levou à morte. Nas suas músicas percebe-se claramente essa fome essa, necessidade da intensidade total. Nada menos do que tudo... não deixa de ser um exemplo do que se evitar, até onde ir, o lugar ao qual se chega com a falta total de limites... recomendo o filme que narra sua curta passagem pela Terra, mas traz uma baita lição, pelo menos pra mim... tomar a vida até o último gole... viver tanto e tão intensamente até encontrar a morte... será que vale a pena se render aos apelos do desejo sem qualquer refreio? Sem qualquer tentativa de adequação, de mudança? Acredito que não... numa das frases mais felizes que ouvi nos últimos tempos “ Temperamento não é destino”.
Um grande artista, uma perda....
Todo amor que houver nessa vida
(Cazuza)

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
Que ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio pra dar alegria

16 de agosto de 2007

A impontualidade do amor...


Não há momento certo para o amor... ele simplesmente acontece. Atender ao seu chamado ou não depende de cada um, mas esta decisão, infelizmente, não deixará consequências apenas na pessoa que fez a opção... Não há momento certo para o amor ou sempre é tempo para amar?... uma vez alguém disse que a vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida... e é isso mesmo. Depois do almoço de hoje, na conversa sobre os desvãos da paixão uma palavra de esperança, nessa coisa louca que é este sentimento, que toma, domina, comanda, quando menos se espera...
Ah! Não há tempo certo para o amor, nem para receber mensagens extremamente apropriadas, como esse texto da Martha Medeiros, logo pela manhã:

Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois
pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar.
Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Triiiiiiiiiiiimmm!
É sua mãe...
Quem mais poderia ser?
Amor nenhum faz chamadas por
telepatia. Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes do
esperado e encontrar você numa fase sem disposição para relacionamentos sérios.
Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você
desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta,
volver.
Por que o amor nunca chega na hora certa?
Agora, por exemplo...
... que você está de banho tomado e camisa jeans.
Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema.
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.
O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros, sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio uma locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida.
O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. O jeito
é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste.
Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro.
Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole.
O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.
A primeira lição está dada: ... o amor é onipresente. Agora a segunda: ... mas é imprevisível.
Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados.
O amor odeia clichês.
Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro
da tarde... depois de uma discussão e... as flores vão chegar no dia que você
tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. ...



12 de agosto de 2007

Meus Poemas Preferidos I


Interlúdio

As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
Dentre meus poemas preferidos, um sem número de escritos de Cecília... esse , por que é a declaração desinteressada de um amor que nada pede, congratula-se tão somente pela sua mera existência... deixa o presente sem coisas escritas... vive o momento. Carpe diem. Não percamos tempo tentando entender, explicar... vamos viver o presente. É um chamado ao aqui e ao agora, por que a vida é somente o que temos nesse instante. Ouçamos.

7 de agosto de 2007




Um dia de sol....

A sensação que ele brilha pra todos... basta seguir o curso da vida, basta acreditar e querer.

A vida, na sua força e impulso incontrolável que leva pra frente.

A música que embala as emoções e a dança que libera o corpo da contenção diária da semana.

As pessoas certas, a atitude correta. A paz.

Risadas sinceras, momentos simples que ficam, justamente por isso.

Quem bom viver e aí não apenas saber, mas poder fazer tudo diferente, e melhor.... e ficar bem.

3 de agosto de 2007

Um principezinho




É um livrinho meio recriminado... mas escrevendo sobre um acontecimento recente para uma amiga me vi às voltas com uma frase dele: “ tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.... cuide de quem você ama, ou sob outro ângulo, não cative alguém se você não tem abertura para se doar, nem disposição para aceitar o amor, nem tempo para se dedicar ao outro. E parece tão simples, tão claro que fosse assim. Mas não é. Pena. Acho que deveríamos voltar mais vezes ao mundinho do Pequeno Príncipe
Pessoas se encontram e desencontram aos montes, todos os dias, e que bom que seja assim, o que seria dos começos se não houvessem os fins... o fim que a gente às vezes quer tanto evitar, mesmo não estando mais feliz com aquela pessoa que pareceu tão legal no começo. Ironias da vida.
Mas até os fins, para terem significado e cumprirem seu papel de abertura para o novo, precisam acontecer... os relacionamentos hoje têm acabado sem terem chegado ao fim... aí fica a confusão, o sentimento de não se saber o motivo do rompimento, as questões... muitas vezes a culpa... injusto.
E para ser justo não é difícil: basta não fazer ao outro o que você não quer passar....uma regra básica, de ouro, que alguém ensinou muito tempo atrás mas que as pessoas parecem fazer questão de esquecer.
No episódio de hoje escrevo com uma pontada de descrença, porque não tenho certeza se essa geração vai reaprender o significado da liberdade e o que signifca ser livre nos relacionamentos. Ser livre não é fazer tudo que se quer, independentemente dos sentimentos da outra pessoa envolvida.... essa liberdade que conquistamos e que fora arduamente desejada está sendo tão mal utilizada... mas isso é assunto para outro post...

24 de julho de 2007

No teste da vida



a vida não vem com versão de teste.

é pena.

não se ensaia o beijo como se mente na fotografia.

os passos podem ser assumidos

ou remediados.

mas não desfeitos.

o tempo não pára

e estar parado

é também uma escolha.

quando o futuro se torna passado

é aí que surgem as respostas.

demasiado tarde

por vezes.

será talvez fácil dizer

nos teus braços me encontro

difícil será saber quem és

e que braços são os teus.

arriscarei.

na palavra não mora coragem alguma.

qualquer cobarde arrisca quando respira.




Texto inspirado do Pedro Jordão, sagitariano e lusitano.


Desde sempre somos habituados enfrentar testes. Na escola, temos erros e advertências devidamente assinalados... ensinam-nos com muita propriedade a desvendar as complexidades algébricas e trigonométricas, mas muito pouco em como ajudar um amigo que sofre a morte de um parente próximo, ou se separa de uma pessoa que ama.

No máximo, quase sempre mecanicamente, repetimos o que nossos pais ouviram dos seus e nos transmitiram, ou então aplicamos as fórmulas prontas das experiências passadas por nós mesmos, por amigos, pela senhora que estava ao nosso lado na sala de espera do médico....

Socializamos-nos na marra....

A vida nos dá a deixa, subimos ao palco, mas não temos o texto previamente decorado... ( no entanto, ironicamente, nos exigimos e nos exigem que estejamos todos sempre prontos para ultrapassar qualquer seleção).

Atuamos sem ensaio.... vamos fazer uma prova sem nunca ter aberto o livro da matéria...

Não há outra apresentação... não podemos fazer segunda chamada....

O momento passa, e errados ou certos, temos apenas que aceitar as atitudes tomadas e levá-las como troféus ou como experiências... jamais renegá-las eis que indeléveis.

E daquilo que não se apaga é feito o tecido da vida, afinal.... somos tão somente o resultado de nossas atitudes... aquelas para quais não somos treinados, nem podemos ensaiar.

Viemos ao mundo sem manual.


23 de julho de 2007

Chegada


Uma viagem. Um desafio. Um encontro ( ou reencontro?) Uma sugestão levada à sério, e aqui estamos.
No episódio de hoje, apenas a chegada.
Que bom que, por menos que esperemos - e na verdade, quanto menos se espera, mais se ganha- estamos sempre chegando, sempre descortinando novas paisagens, outras possibilidades...
E tudo sempre recomeça, e não nos é dado saber nem como, nem quando acaba.
Uma homenagem aos inícios.... e aos fins, que abrem espaços para outros inícios.

O começo... a chegada...