25 de dezembro de 2007


Dias de luto. Ao despedir-se de um amor, despede-se igualmente de tua esperança, tua alegria, teu desejo, tua felicidade. Dispa-se. De tua couraça, tua armadura, deixa-te dissolver na angústia que consome o ar que deveria dirigir-se aos teus pulmões. Contorce-te na ausência do cheiro, do toque, da palavra, da mera existência do teu objeto de amor. Esquece-te de ti mesmo. Apaga os risos, as carícias, as conversas, os jantares, as saídas, as noites e os dias. Enterra. Desiste de entender, tentar mudar os fatos, trabalhar com irrealidade. Nada resta senão os sete palmos
Para um amor que quis ir embora. Cova.
Não há meio termo, não há amizade, não há modernidade neste momento: apenas sente, sofre, chora e ao final, ergue a cabeça e caminha, no começao ainda vacilante, para o restante da história da tua vida que te aguarda na próxima esquina.

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