19 de fevereiro de 2009


Inflama-me, poente: faz-me perfume e chama;
que o meu coração seja igual a ti, poente!
descobre em mim o eterno, o que arde, o que ama,
...e o vento do esquecimento arraste o que é doente!

O encanto , disse Ruben Alves, precisa da saudade para se manifestar.

Hoje sinto isso, não da forma convencional. Antes de sair da minha terra, para alguns dias fora, dei-me conta de como amo esta cidade que me criou. Cidade esta na qual minha ancestralidade deitou raízes e que me moldou, desde o jeito de falar, até o jeito de captar e entender a vida.

Sou uma filha da Terra da Luz. E é assim que hoje me sinto. Solar. O propósito de sair temporariamente de Fortaleza me fez ficar com saudade dela, me deu vontade de ver o por do sol na beira-mar, tomar uma água de côco e sentir o cheiro do mar, a brisa no rosto... e perceber a dádiva de poder estar aqui onde estou... de ser quem eu sou. Voltar pra casa sem sair dela. A mesma coisa que devemos fazer todo dia com nossa alma.

Nem sempre é preciso perder pra valorizar... que bom sentir isso.

Dizem que a felicidade mora nos detalhes. São os momentos fugidios, as percepções recém alcançadas, o júbilo de dar um passo além na caminhada da vida. A felicidade, amigos, é uma opção; A felicidade é um jeito de ver o mundo.

O mundo que vejo, da minha janela, é belo. Viva Fortaleza e seus contrastes, e suas deficiências, e suas belezas, e sua magnitude. Fortaleza é assim como nós, cheia de nuances, cheias de poréns. Mas acima de tudo, minha cidade, meu lar.

Não há lugar como nosso lar.

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