17 de novembro de 2009

Amar pode dar certo.



" A cada dia, mais pessoas aceitam passivamente a solidão como uma inevitável companheira, seja vivendo sozinhas, seja permanecendo em relacionamentos frustrantes, totalmente sem esperança de ser felizes com alguém.
Em vez de nos decepcionarmos com o amor, é importante que nos questionemos a respeito da nossa forma de amar e sobre as idéias que  temos quando resolvemos viver com alguém.
Nesses anos de mudanças radicais no mundo, precisamos ter a coragem e a criatividade para novamente valorizar o amor e construir maneiras diferentes de estar com alguém.
É claro que o amor continuou o mesmo, mas a correria da vida moderna fez com que muitas pessoas se esquecessem de que amar alguém exige dedicação e paciência.
Encontramos quase tudo pronto. Comida congelada, fast-food, roupas, carros e bebidas de todas as partes do mundo. Mas como encontrar uma amizade ou um namoro em um balcão de uma loja de conveniência? Muitas pessoas têm a ilusão de que vão encontrar o relacionamento pronto e, quando percebem que terão de dedicar seu tempo, carinho e atenção, simplesmente jogam fora esse amor como uma garrafa descartável.
Os hábitos do mundo moderno estão nos iludindo sobre a essência de uma relação afetiva.
O amor é eterno e maravilhoso em sua essência, capaz de realizar as mais importantes transformações em um ser humano, mas as pessoas atualmente se machucam muito porque não aprenderam a amar de uma forma plena.
O casamento, o namoro e o noivado tradicionais já não traduzem as necessidades do ser humano. Novas
formas de casamento foram criadas para dar condições às pessoas de ser felizes à sua maneira. Muitos casais foram morar juntos sem nenhum vínculo formal, enquanto casais casados decidiram morar em casas separadas. Os relacionamentos mudaram tanto que foram necessárias novas nomenclaturas para descrever as formas de estar juntos. Os adolescentes inventaram o ficar. Os adultos inventaram a amizade colorida. Tem gente que namora pela internet, sem coragem de se encontrar pessoalmente com o namorado. Tudo isso é reflexo da busca de um novo modelo que dê às pessoas condições de ser felizes no amor e de vencer a insegurança que sentem em amar.
O crescimento profissional da mulher quebrou o equilíbrio neurótico que havia nos antigos casamentos.
Esse avanço feminino no mercado de trabalho tem transformado radicalmente as relações afetivas, pois a mulher que antigamente queria segurança no casamento hoje procura amor. O homem, que sempre se
preparou para dar segurança econômica e mandar, está perdido, ainda não sabe o que fazer. A mulher experimentou o sucesso profissional, mas ainda não descobriu uma postura no casamento que lhe proporcione felicidade no amor.
Por isso a maioria das pessoas ainda pensa que o amor dá muito mais trabalho do que felicidade.
Mulheres e homens estão sofrendo por viverem a indefinição de não sentir mais prazer no tipo de relação de antigamente, mas ainda não terem construído uma nova forma de viver juntos.
A incerteza talvez seja a nossa maior companheira nos dias atuais.
As dúvidas passeiam por nossa mente sem encontrar respostas tranqüilizadoras.
Por esse motivo, o sentido do relacionamento a dois transcendeu a própria paixão e o romantismo. Nos próximos anos, a palavra-chave para o relacionamento amoroso será amizade.
Hoje, as pressões são tão intensas que o relacionamento em que o casal não for amigo estará condenado à separação. No meio de tanta angústia só há uma forma de caminhar para a solução: sentar para conversar e um procurar compreender o mundo do outro, sem críticas nem julgamentos, mas com a curiosidade de uma criança que abre um presente novo. É fundamental que os dois se unam para conseguir sonhar juntos, fazer planos e realizar suas metas.
Compreensão passou a ser uma virtude fundamental para quem quer amar. Aquele que pressiona o outro vai ser deixado de lado, porque já temos muito mais cobranças do que podemos suportar. A sedução (essa
capacidade de despertar no outro o desejo de nos amar) passou a ser importantíssima, pois nos convida a estar junto sem cobranças - como se estar juntos fosse um dever a cumprir.

A vida dá voltas. Mesmo.
E numa dessas, me lembrei desse livro, que li a séculos.
Logo de início vem essa introdução, que nos remete diretamente ao ponto em que vejo os relacionamentos hoje em dia. Em maior ou menor grau, sempre temos questões a ser resolvidas no aspecto sentimental. Em maior ou menor escala, temos dificuldades em estabelecer relacionamentos saudáveis e lvres das amarras de um passado no qual a conveniência falava mais alto do que a vontade de estar junto.
Estar junto nunca pode ser uma conveniência, uma obrigação. A essência do amor hoje em dia é a liberdade. Eu sou completo eu sou feliz, eu sou realizado e quero estar contigo por que é bom e agradável estar com você. Mas essa afirmação não pode ser posta assim, como se colocam cartas na mesa. Uma coisa certíssima que o texto traz é que não se pode estar junto por cobrança. Se pode estar junto tão somente por que é bom estar junto, por que se quer, por qualquer motivo, a presença daquela pessoa. Sem encanto, não há envolvimento, e sem esse, nenhum relacionamento vai pra frente. Lembrando-me de outro texto querido " não quero a faca nem o queijo. quero a fome."
O amor não está numa prateleira esperando ser "adquirido" , como fala o  Shinyashiki. Não se faz um namoro em 5 dias. Não se pode criar uma situação, nem forçar a barra para que se consolide algo que nem existe. Para acontecer um namoro, não basta uma declaração de intenções.
A vida dá voltas.
Lá vem a vida mostrando o que não se tem enxergado.

Graças a Deus.

1 comentários:

Dea disse...

Muito bom texto. Tanto o seu como o que o intrododuziu. Concordo demais que os relacionamentos mais do que nunca tem que se basiados na amizade. A "parceria" faz o amor algo muito mais sincero e solido também