9 de novembro de 2009

Twittando



Take 1: Esse final de semana, almocinho agradável no passeio público, conversando sobre o twitter, mania que vem espraiando e atingindo a massa. Parece que hoje, quem não twitta se trumbica. Esqueçamos a idéia de solitude e privacidade. A cada dia são criadas novas ferramentas para que fiquemos cada vez mais conectados ao mundo e aos outros, e em contrapartida vamos nos tornando mais neuróticos em estarmos ligados no que acontece na vida das pessoas que fazem parte do no nosso círculo de vivência e também das que não  - pasmem, agora nós queremos saber também da vida do amigo da prima do amigo do colégio que hoje mora no exterior.
Seria muito fácil criticar quem faz, mas compreendo que este é uma situação meio irreversível.  Às vezes acontece, estamos a um clique de saber o que o tal paquerite fez naquele final de semana em que não apareceu, por exemplo. Quem nunca fuçou orkut de alguém atire a primeira pedra. Chego mesmo a desconfiar que ele foi feito para ser fuçado kkkkkkkkkk.
Se foi ou não, não sei, mas o fato é que podemos nos tornar vítimas das ferramentas criadas para unir, divertir e entreter. Como para tudo mais na vida, é preciso estar atento...
Take 2: Estou dando minha passada matinal no orkut na segunda, também conhecida como hoje, quando uma amigona minha deixa um dep dizendo que fez um twitter pra mim ( sincronicidade pouca é bobagem). Entrei no microblog. Já tinha dois followers (!!) Followers? Lá fui eu procurar aprender o twittês... mais uma coisa pra gente ficar ligado.
Mas até que eu gostei. Dei umas twittadas e agora vou atrás de seguir o povo e ser seguida. É uma perseguição danada!!! Tô no @paulamirlla.
Falando disso me veio à mente um texto muito bacana que vi na web, o qual questionava o fato de todo mundo ser feliz no orkut. Uma reflexão bastante pertinente, e como aqui no meu velho blog não tenho limitação de nada, vou deixar um post com duas mil palavras, ao invés dos míseros 140 caracteres lá do passarinho. Bem bonintinho o bichim.

E vc, tem orkut?

Todo mundo é feliz no Orkut. Nos quadradinhos, as melhores fotos. Nas fotos, os melhores sorrisos. E tem que ser assim. Caso contrário seria um desfile de fotos de lápides. Todos sérios. Em preto e branco. Sem muito a dizer. Ou a dizer o essencial. Isso torna-se chato rapidamente. Sem tempero. Ademais, imagine uma página de Orkut cheia de fotos sem sorrisos. O legal é ter muitos quadradinhos com fotos, quanto maior o número de quadradinhos maior será seu leque de amigos. Só quem já entrou no Orkut de alguém que tem poucos amigos sabe o quanto isso é frustrante. Um impacto. É estar frente a alguém totalmente antissocial, isso para não dizer antipático, de difícil convívio.
A engrenagem não pára, quanto maior o número de quadradinhos de alguém, maior a chance de encontrar um conhecido no meio deles, ler seus recados, fuçar nos álbuns de fotos e saber de tudo. Matar a curiosidade. E ainda, no final da pesquisa, ganhar um amigo. Sim. Há a chance de acrescentar um quadradinho na sua página e ganhar mais um amigo. Aproveite!
Os álbuns refletem, de maneira geral, a autenticidade das relações contemporâneas.
São fotos alegres, de baladas, muitos amigos “de verdade”, “para sempre”, viagens inesquecíveis, beijos apaixonados e relacionamentos perfeitos. Todos bem sucedidos. A impressão de completude é fato.
O excesso de exposição é apenas um detalhe. Um prego a mais para fixar o Ego na parede. E o que é um prego na vida de alguém?
Nos recados e comunidades notam-se alguns escorregões. Como já dizia a vovó, ninguém consegue mentir o tempo todo. Nem o Orkut é perfeito.
Descobrir que o parceiro gostou de outro quadradinho e juntos formaram um belo retângulo, no qual cabem dois travesseiros, é uma clássica desgraça geométrica. Coisas de Orkut.
Também é frequente saber que os amigos programaram encontros, baladas, almoços, e que seu quadradinho não foi convidado. O mais legal é ver as fotos desses eventos. Saber-se excluído de tantos momentos felizes e perfeitos. Fique calmo. Você vai ser convocado. Para ouvir lamúrias, preencher os momentos de solidão e ouvir histórias repetidas do amor que acabou. Não adianta fotografar. Essa não vai pro Orkut.
Cá prá nós, algumas coisas não cabem por lá. Pedem mais que uma coleção de quadradinhos a sorrir.
Tá triste? Olha o passarinho!!!
Tire uma foto bonita e diga:
“Essa vai pro Orkut.”

IARA





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