27 de agosto de 2009

Big Bang

 
 
Nós sempre esperamos que um dia vai acontecer.
Vamos acordar, escovar os dentes e então
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Vai acontecer. Simplesmente vai acontecer.
A grande felicidade que todos esperamos, a realização completa dos sonhos que embalam nossas noites, dos desejos que povoam nossas conversas e que orientam nossas atitudes, vai estar lá, braços abertos a nossa espera.
Mas os dias se repetem, as horas passam e a grande felicidade não chega.
Por que ela não marca horário. Podemos fazer lasanha, varrer a casa, por flores no jarro, colocar a roupa do domingo, deixar tudo prontinho: Felicidade, pode entrar. Cadê? Vai saber...
Muito provavelmente, ela já está ali, quietinha, pedindo para ser percebida...querendo ser sentida...mas preferimos sentar, cruzar os braços e desfiar um rosário de recriminações nos perguntando por que a felicidade não veio.
A felicidade, alguém já disse, é aquilo que acontece enquanto estamos preocupados tentando encontrá-la.
E não vemos que ela está sempre lá. Basta que olhemos com mais cuidado, basta que reparemos mais nas entrelinhas das situações, que vasculhemos as brechas do quotidiano.
Por que tem hora que cansa ficar esperando em casa. Cansa ficar em silêncio, apurando o ouvido e nunca escutar o big bang.
Até que um belo dia, mais cedo ou mais tarde, o que descobrimos na verdade é que a felicidade nunca vai ser uma explosão: a felicidade vai estar no sorriso do nosso filho, no passeio na areia da praia, no olhar daquela pessoa que amamos, no tempo que parece não passar enquanto fazemos algo que realmente gostamos...na risada que só aquele amigo brincalhão consegue tirar da gente depois de um dia comprido de trabalho, na hora que nossa música preferida toca....no colo da nossa mãe.
E feliz mesmo, é quem já percebeu isso.

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