16 de agosto de 2009

Solidão

 
A maioria das pessoas associa solidão à tristeza.
Eu não.
Cresci só, e, apesar de amar pessoas, adorar estar e me atritar com elas, aparando minhas próprias arestas, muitas, várias vezes, prefiro a minha solidão.
A minha solidão é criativa e fecunda: Leio, ouço música, escrevo, me cuido. Durmo.
Acredito que eu sou minha melhor companhia ( embora tenha  a noção de que eu posso ser também minha pior inimiga, ao desanimar, descrer, me cansar da luta). Sou  minha melhor companhia, pelo menos a maior parte do tempo.
Cheguei a um ponto da vida em que não preciso mais fugir das minhas questões, não preciso preencher 100% do meu tempo com atividades e pessoas, pra fugir ou pra não encarar alguma coisa.
Aceito meus senões e os considero parte de mim, tanto quanto tudo mais que me compõe.
Que  venga!
Estarei quietinha deitada, ou correndo na esteira, ou pintando as unhas, ou esudando. Mas pronta pra encarar.
A propósito disso, vi um texto da Fernanda Mello no qual ela abordavaa questão, só que sob um outro viés, também bastante pertinente:
Mas sou atrevida por natureza e adepta da frase de Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". Ai, Nietzsche você sempre soube! É isso mesmo. Eu odeio e assino embaixo. E odeio com todas as forças, com todas as letras, em capslock, de trás para frente, em inglês ou latim. EU ODEIO. Sou uma ótima companhia para mim mesmo, adoro ficar sozinha, lendo, escrevendo ou fazendo o meu nada. Prefiro me afundar em mim a ter que ouvir gente falando merda ou contando vantagem.

Por que como tudo o mais, também os encontros devem ser espontâneos, derivados da vontade, e nada mais. Jamais, nunca, em tempo algum por obrigação, convenção, vontade de agradar.

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