31 de agosto de 2009

Mais uma vez Martha

O amor não acaba.
Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro.
Que fim levou aquele sentimento?
O amor realmente acaba?
O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são substituidas por outros no decorrer da vida.
As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente as necessidades...
O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém esssa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos.
O amor se mantem o mesmo para aqueles que se mantem os mesmos.
Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda.
Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas.
O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com que esbeleceram como verdade numa determinada época e seguem com essa verdade até os 120 anos.
O outro grupo é dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção.
Sendo assim conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.
O amor não acaba...o amor apenas sai do centro das nossas atenções.
Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer ou esgotados de esperar, ou esgotados das mesmice.
O amor é aquilo que agente deixa ocupar todos os nossos espaços...enquanto for bem vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitamente de casa.
Nesse mês ela deu uma entrevista na Revista Bons Fluidos.
Suas palavras são sempre de uma pertinência.
Um jeito simples de falar o que é verdade e o que é importante. E muitas vezes exatamente o que eu sinto.

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